Universidade
Jardim Botânico de Coimbra investe dois milhões de euros na estufa e outras obras
O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC) vai investir cerca de dois milhões de euros, metade dos quais na remodelação da sua estufa, que é “uma das primeiras grandes estruturas em ferro construídas no país”.
A requalificação da estufa, de acordo com um plano do arquiteto João Mendes Ribeiro, resulta da concretização de um projeto comparticipado por fundos comunitários, no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), disse à agência Lusa o diretor do JBUC, Paulo Trincão.
A estufa de plantas do Jardim Botânico de Coimbra “é a maior estufa não agrícola do país”, onde ficará, por exemplo, a maior coleção de orquídeas de Portugal e uma das maiores da Europa, constituída por mais de dez mil exemplares, distribuídos por cerca de um milhar de variedades.
Os milhares de exemplares do orquideário vão ser estudados e classificados, de modo a permitir conhecer quais (e quantas) as espécies que o formam, adiantou aquele responsável, sublinhando que se trata de uma coleção de colecionadores (um casal de holandeses que recentemente acordou a sua instalação neste espaço) e não de investigadores.
O estudo da coleção – que deverá abrir ao público no primeiro semestre de 2015 – enquadra-se na nova estratégia que o JBUC está a adotar e que passa, desde logo, pelo regresso à investigação científica, em colaboração direta com centros de investigação de várias áreas e tão diversas como a ecologia ou a sociologia, a pedagogia ou o turismo, a literatura ou a farmácia.
Além do regresso à investigação científica – cujo abandono se ficou a dever essencialmente a razões de ordem económica – o Botânico também vai investir na divulgação e promoção da cultura científica, em coordenação com outras estruturas da Universidade e da cidade, na educação, no turismo, em articulação com o circuito turístico da Universidade, e na exploração e dinamização do espaço público que é, em articulação com a Câmara Municipal de Coimbra, salienta Paulo Trincão.
As visitas guiadas no JBUC vão deixar de existir, em favor da promoção de atividades educativas orientadas pelas entidades que as promovem, adianta o diretor do JBUC, sublinhando que a instituição não quer ser, neste plano, promotora de iniciativas, mas assumir-se como um espaço para a sua realização, de acordo com os interesses e objetivos dos seus organizadores, sujeitos apenas a um conjunto mínimo de regras definidas pelo Jardim para a utilização.
Para a adoção da nova estratégia e no âmbito da concretização do projeto aprovado pelo QREN, no valor global de cerca de dois milhões de euros, além da reabilitação e reorganização das estufas, estão previstas remodelações das acessibilidades, muros e portões e gradeamentos em ferro, sanitários, balneários e mobiliário urbano, estando já em fase de instalação um sistema de monitorização dos índices de CO2 e H2O em todo o jardim.
A criação de um telhado de catos e plantas suculentas e a ampliação do lago de nenúfares, cujas inaugurações estão previstas para o primeiro semestres de 2014, e um jardim de plantas carnívoras e uma estufa Latitude Zero (com plantas próprias desta latitude em todo o mundo, das quais o Jardim já possui várias espécies), que deverão abrir no início de 2015, são outros dos projetos para o JBUC.
Fundado em 1772, o Botânico de Coimbra ocupa 13,5 hectares, entre a Universidade, no centro histórico da Alta da cidade, e a Baixa vizinha do Parque Manuel Braga e do rio Mondego, e possui cerca de três mil espécies e vários milhares de exemplares.
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