Coimbra

2018: O ano em que Leslie arrasou região Centro

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 18-12-2018

 

A tempestade Leslie, na noite de 13 para 14 de outubro, causou 120 milhões de euros de prejuízos e registou uma rajada de vento de 176 quilómetros por hora, o valor mais elevado observado em Portugal.

O furação Leslie, que chegou a Portugal como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados, afetando predominantemente a região Centro e, nesta, o distrito de Coimbra, onde se registou o maior volume de prejuízos.

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Na Figueira da Foz, o concelho mais afetado, a Leslie causou danos em centenas de habitações, empresas, clubes e associações, o porto comercial e o porto de pesca registaram elevados prejuízos, e o núcleo central da Serra da Boa Viagem foi praticamente todo destruído, afetando cerca de três mil árvores, muitas centenárias e levando ao encerramento ao público daquele espaço natural por um período estimado de seis meses.

Povoações costeiras, como a Praia da Leirosa, viram a areia invadir as ruas e uma torre de comunicações da GNR, ali localizada, cedeu com a força do vento, caindo sobre duas casas e desalojando uma família.

A passagem da tempestade na Figueira da Foz, mas também nos vizinhos municípios de Montemor-o-Velho e Soure, levou à queda de infraestruturas de energia e telecomunicações, deixando sem luz e telefone milhares de pessoas ao longo de vários dias, situações que foram sendo resolvidas com recurso a geradores de emergência e outras intervenções provisórias.

A tempestade provocou ainda prejuízos de cerca de 30 milhões de euros no setor agrícola, de acordo com dados revelados pelo Governo, dizimando, no Baixo Mondego, dezenas de hectares de campos de milho e afetando produtores de hortofrutícolas, entre outras culturas.

Na área florestal, as autoridades registaram 12,7 milhões de euros de prejuízos em cerca de 3.500 hectares de 14 matas nacionais e perímetros florestais do litoral Centro, afetando oito municípios dos distritos de Leiria, Aveiro e Coimbra.

Também a Mata Nacional do Buçaco, na Mealhada (Aveiro), foi encerrada ao público na sequência da tempestade Leslie, provocando nos 105 hectares da mata prejuízos estimados em mais de meio milhão de euros.

Nos concelhos de Leiria, Pombal, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Soure e Cantanhede, a tempestade afetou, igualmente, os produtores de resina, destruindo entre 200 a 250 mil bicas localizadas em pinhais daqueles municípios, revelou uma associação do setor.

Já a Associação Portuguesa de Seguros anunciou que a tempestade Leslie originou 28 mil sinistros participados às companhias seguradoras, com um custo estimado de 70 milhões de euros.

Na Figueira da Foz, o responsável operacional municipal da Proteção Civil e comandante dos bombeiros municipais demitiu-se dos cargos, depois de se ter ausentado de funções durante a madrugada de 14 de outubro, sem ter comunicado a ausência ao comando distrital de operações, dando origem a uma polémica que durou vários dias.

A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências durante a passagem da tempestade Leslie, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.

No distrito de Coimbra, onde, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), a tempestade se fez sentir com maior intensidade e teve um “percurso muito errático”, uma rajada de vento registada na noite de 13 de outubro nos arredores da Figueira da Foz, junto ao rio Mondego, atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora, o valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

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