Coimbra
Câmara diz que estacionamento no hospital da Figueira deve ter em conta interesse público
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, defende que a exploração do estacionamento no hospital local (HDFF), a cargo da empresa municipal Figueira Parques, deve ter em conta o interesse público.
O sistema pago, que entrou em vigor recentemente e coloca, na prática, o hospital dentro do parque de estacionamento (com uma barreira à entrada e duas à saída, existindo ainda um acesso exclusivo, com cancela e vigilante, para ambulâncias e veículos particulares em situação de emergência) motivou um pedido de esclarecimento por parte da oposição camarária sobre o tarifário e acesso à urgência, depois de queixas de utentes.
Apesar de a Figueira Parques ter assumido, por cinco anos, a concessão, o autarca explicou que o investimento (que estimou em 50 mil euros) foi assumido por inteiro pela empresa municipal, já que o hospital distrital “não tinha dinheiro” para fazer a obra.
“Aceitámos a parceria, perdendo até os juros, mas para reaver os 50 mil euros. Mas a exploração pode e dever ser ajustada em função do interesse público”, disse João Ataíde.
Miguel Almeida, da coligação Somos Figueira, questionou o tarifário praticado – 60 cêntimos à hora, no período diurno e 40 cêntimos à noite, gratuito nos primeiros 15 minutos – exigindo saber como se processa o pagamento se um utente for transferido para outra unidade de saúde ou qual o valor se uma pessoa “ficar horas para ser atendido” no hospital.
“Isto não pode ser um tarifário de aeroporto”, sustentou o vereador.
João Ataíde respondeu que deu nota “desse desagrado” à administração do HDFF, exortando a que seja encontrado um tarifário “que não torne a vida ao cidadão e utente de todo complicada”.
“As pessoas que visitam o hospital já vão numa situação precária”, lembrou.
Já Hugo Rocha, da Figueira Parques, precisou que o investimento total aproxima-se dos 80 mil euros e que o tarifário estipulado vai ser testado até final do ano.
“Tem de haver retorno pelo menos do valor do investimento. Fizemos uma série de melhoramentos dentro do hospital e agora queremos ser ressarcidos”, alegou.
O responsável da Figueira Parques disse ainda que vai ser aumentada a informação aos utentes, para evitar “situações desagradáveis” como a de uma senhora “que entrou com a cancela avariada, teve de pagar o valor total, o segurança não soube explicar e vai ser ressarcida”, mas avisou que a deterioração das barreiras, por alegados atos de vandalismo, “tem sido uma constante”.
Já sobre a questão do acesso à urgência por parte de particulares em situações de emergência – que a administração do hospital garante não estar em causa, por poderem utilizar a entrada das ambulâncias – o vereador Miguel Almeida exigiu que seja dada mais informação aos utentes sobre os procedimentos a observar.
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