A Biblioteca da Escola Secundária Avelar Brotero criou o projeto “Vencer os muros e o silêncio”, que vai contar com sessões de poesia, artes plásticas e teatro no Estabelecimento Prisional de Coimbra.
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O projeto prevê quatro sessões até maio de 2019, abordando a poesia, artes plásticas e teatro, com o trabalho dos reclusos a ser exposto depois na Secundária Avelar Brotero, em Coimbra, disse à agência Lusa Isabel Monteiro, docente daquela escola.
A iniciativa, que resulta de uma candidatura ao “Ideias com mérito” da Rede de Bibliotecas Escolares, arranca já na quinta-feira, com a poesia a invadir a biblioteca do Estabelecimento Prisional de Coimbra.
Para esta sessão, para além de três professores da escola, vai também participar o poeta de Coimbra João Rasteiro, numa iniciativa que vai contar com declamação de poemas e uma oficina de escrita criativa.
“O objetivo é a integração e nisso a dinamização de leitura é importante, porque quanto mais se lê, mais se sabe, mais se cresce, a nível interior. É muito bom para quem está enclausurado”, frisou Isabel Monteiro, que já lecionou no Estabelecimento Prisional de Coimbra.
Segundo a professora de português, a reação dos reclusos à poesia “é sempre ótima” e as sessões acabam sempre “por ser muito interessantes”.
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Nesta primeira sessão, o grupo de reclusos – que será de 14 a 16 pessoas – vai declamar alguma poesia e também escrever poemas.
Ao mesmo tempo, serão emprestados aos reclusos 14 livros de poesia da biblioteca da Avelar Brotero, de autores como Ruy Belo, Eugénio de Andrade ou Miguel Torga, sobre os quais terão de escrever uma apreciação crítica.
Nesse mesmo livro, estarão também “as apreciações críticas” dos alunos surdos da Avelar Brotero, que depois receberão na escola a tradução dos textos dos reclusos sobre cada um dos livros, contou Isabel Monteiro, explicando que o projeto prevê também a inserção social dos alunos surdos.
Para a segunda sessão, os reclusos vão trabalhar na área das artes plásticas, a partir dos poemas que escreveram, acrescentou, frisando que haverá sempre um fio condutor entre todas as sessões.
No final do projeto, os trabalhos produzidos pelos reclusos vão ser expostos na Escola Secundária Avelar Brotero.
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