Coimbra

PCP quer saber se há fundos comunitários envolvidos na instalação de aviário da Lusiaves em Mira

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 24-10-2018

 O eurodeputado comunista Miguel Viegas pediu à Comissão Europeia que esclareça se há fundos comunitários envolvidos no investimento da empresa Lusiaves no concelho de Mira, anunciou hoje a Organização Regional de Coimbra do PCP.

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Numa carta dirigida à Comissão Europeia, o eurodeputado quer saber se a Lusiaves “solicitou apoios da União Europeia para este projeto [construção de um mega-aviário], qual o valor destes apoios e se foram respeitados todos os requisitos em matéria ambiental”.

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O eurodeputado decidiu escrever a carta depois de um encontro com promotores de um abaixo-assinado contra a instalação da fábrica da Lusiaves no concelho. O PCP garante que partilha “as dúvidas e inquietações” dos promotores do documento, que expressaram “preocupações de impacto ambiental e os efeitos nocivos para a saúde pública” do investimento.

O chamado “projeto Lusiaves” tem sido apresentado como um investimento a rondar os cem milhões de euros, que passa pela construção de um “mega-aviário” da empresa Lusiaves em terrenos situados na freguesia do Seixo, num local onde em tempos se ergueram as famosas estufas do empresário francês Thierry Roussel (marido da multimilionária Christina Onassis).

Uma fábrica de alimentos compostos e um laboratório, que serão construídos noutra zona do concelho, integram ainda o empreendimento, que promete criar 350 postos de trabalho.

Os 200 hectares de terrenos situados na zona dos Foros, a caminho da praia do Poço da Cruz, foram desafetados no final de 2017 pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. O processo de licenciamento da exploração agropecuária está condicionado pelos limites da Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Reserva Agrícola Nacional (RAN), para além dos necessários estudos de impacto ambiental “numa zona dunar e dentro de uma mata de pinhal de elevado valor ambiental”.

A Câmara Municipal de Mira é favorável ao investimento, realçando, no entanto, que o empreendimento só avança se respeitar o ordenamento, nomeadamente relativo ao impacto ambiental, posição secundada pelo PSD.

No outro lado da barricada está o PS e um grupo de cidadãos, que está a recolher ‘online’ e em papel assinaturas contra o projeto, alertando para as consequências ambientais e de saúde pública que representa a abertura de um mega-aviário com capacidade para produzir 16 milhões de frangos por ano.

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