Coimbra
Presidente da Câmara da Figueira da Foz admite que medidas perante furação foram “as habituais”!
O presidente da Câmara da Figueira da Foz disse na noite de segunda-feira que as medidas face à possibilidade, concretizada, de o furacão Leslie atingir a cidade foram “as habituais” e que não existiram ações preventivas excecionais.
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“As medidas foram as habituais e as habituais foram viver com normalidade e precaver alguma situação excecional”, disse João Ataíde aos jornalistas, em conferência de imprensa para fazer um ponto de situação da passagem da tempestade Leslie naquele município do litoral do distrito de Coimbra.
Antes de a tempestade atingir a cidade, no sábado à noite, a agência Lusa constatou a inexistência de entraves à circulação automóvel – nomeadamente através de ruas fechadas ou condicionadas ao trânsito – ou a remoção prévia de mobiliário urbano, como contentores de lixo ou os gradeamentos de proteção das várias obras de requalificação urbana em curso, que acabariam projetados ou destruídos pela força do vento.
Confrontado com a ausência dessas medidas preventivas, João Ataíde assumiu que “não houve”, mas contrapôs que Lisboa, que tomou “mais medidas, era apontada como o centro de receção do ciclone”.
“Nós estávamos praticamente fora de órbita”, frisou João Ataíde, apesar de, horas antes, as projeções apontarem para uma zona entre Sines e o Cabo Mondego, a norte da cidade, como área potencial de entrada do furacão em terra.
Questionado sobre se os responsáveis autárquicos e da Proteção Civil “não acreditaram” na possibilidade de a Figueira da Foz ser atingida, o autarca retorquiu que não foi uma questão de “não acreditar”.
“Não havia uma orientação precisa que o ciclone entrasse por aqui”, frisou.
João Ataíde enfatizou que as medidas foram as “normais dos alertas e dos avisos” das autoridades, que colocaram vários distritos em situação de alerta vermelho, perante a agitação marítima potencial e ventos acima dos 120 quilómetros por hora, mas reconheceram que ficaram “um pouco aquém” perante a indefinição sobre os locais que a tempestade poderia atingir.
“Agora, temos a consciência que, efetivamente, já podemos contar com grandes catástrofes e que as medidas têm de ser levadas a sério. Se ler no aviso, estão lá precavidas essas soluções, as pessoas depois não as acolheram. De futuro, perante uma situação destas, temos de ser muito mais drásticos e muito mais exigentes”, avisou o autarca.
João Ataíde argumentou que, “felizmente, correu tudo bem” e que a ausência de medidas preventivas específicas “não alterou em nada o resultado dos prejuízos”, mas para o futuro “essas medidas não só terão de ser anunciadas, como terão se ser executadas“.
O autarca defendeu ainda a necessidade de passar a existir “mais cautela” perante uma catástrofe natural idêntica à tempestade Leslie, defendendo, igualmente, a utilização de meios tecnológicos para “definir com maior precisão e antecedência o sítio por onde poderão entrar estes ciclones e aí, sim, com a antecedência necessária, garantir medidas adequadas”.
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