O incêndio que começou no sábado na serra de Sintra, Lisboa, obrigou à retirada de 300 pessoas do parque de campismo de Cascais e de 47 de várias localidades e fez 18 feridos ligeiros, segundo a Proteção Civil.
Segundo o comandante distrital de Lisboa da ANPC, André Fernandes, as 47 pessoas foram retiradas de várias localidades em toda a área do incêndio, como Biscaia, Figueira do Guincho, Almoínhas.
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Destas 47 pessoas, 17 foram deslocadas para a Sociedade Recreativa da Malveira e 30 para o Pavilhão Dramático de Cascais, em articulação com as câmaras municipais e as juntas de freguesia, estando a ser “devidamente acompanhadas” pela Segurança Social, pela ação social da autarquia e por uma equipa de psicólogos do INEM, que “está a dar todo o apoio a estas pessoas”, frisou.
Dezoito pessoas ficaram feridas ligeiramente, nove dos quais eram bombeiros, que foram “assistidos no local e que já regressaram ao teatro de operações”, disse André Fernandes, num ‘briefing’ da Proteção Civil, onde esteve presente o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreira.
Relativamente à retirada das pessoas do parque de campismo de Cascais, o comandante André Fernandes disse que foi “a maior evacuação por precaução” e que decorreu “dentro da normalidade, não havendo vítimas a registar nem danos materiais”.
Foram ainda retirados 70 animais do Clube D. Carlos e do Centro Hípico do Estoril, na Charneca, que foram levados para o hipódromo Manuel Possolo, em Cascais
O comandante distrital de Lisboa da ANPC assegurou que “vão ser feitos todos os esforços para dar o incêndio como dominado hoje”, sublinhando que, neste momento, não há povoações em risco.
O comandante André Fernandes salientou as melhorias das condições meteorológicas em relação às verificadas nas primeiras 24 horas do incêndio. Apesar da humidade relativa do ar, que vai estar à volta dos 30 graus, ser “uma preocupação”, a intensidade do vento, que se vai manter do quadrante norte ao longo do dia, reduziu e a temperatura rondará os 24 graus.
Devido ao fogo, estão cortadas a estrada nacional 247 e a estrada nacional 9-1, que servem o Guincho e a zona do Autódromo do Estoril, informou, apelando à população para não se dirigir para a área afetada pelo incêndio e para deixar “estas vias de circulação libertas para os meios de socorro”.
Sobre os danos materiais, André Fernandes disse que alguns apoios de madeira nalgumas áreas habitacionais ficaram danificados e um veículo ligeiro ardeu, adiantando que, neste momento, equipas da GNR, da PSP, polícias municipais de Cascais, Sintra e outros meios das duas câmaras municipais estão a fazer a validação da área afetada para verificação de mais danos do parque habitacional ou edificado.
Às 10:45 estavam a combater o incêndio 753 operacionais com 223 meios terrestres e sete meios aéreos, de acordo com a página de internet da Proteção Civil.
Foram também pedidos reforços dos três pelotões militares e houve um reforço de máquinas de rasto, que vão ser fundamentais para fazer os asseios à volta do perímetro do incêndio, salientou.
“A frente ativa que está virada para a Charneca” e a Malveira da Serra “são áreas que nos preocupam porque podem ter algum exponencial para entrar na mancha florestal da serra de Sintra”, disse o comandante, assegurando que não vão “baixar a guarda”.
“É um incêndio que ainda nos preocupa, temos alguns pontos quentes, que com a alteração pontual do vento podem originar situações mais complexas. Os meios no terreno vão continuar e se houver necessidade serão reforçados”, adiantou, acrescentando que agora não há essa necessidade. Contudo, essa avaliação está a ser feita constantemente.
O autarca de Cascais, Carlos Carreiras, realçou o facto de não haver vítimas graves e de não haver outros incidentes a nível do edificado urbano. “Estou convicto que os próximos dias serão de muito trabalho”, disse, deixando “um agradecimento e incentivo a todos aquele que vão ajudar a conseguir controlar e a debelar qualquer risco que ainda possa persistir”.
O incêndio deflagrou no sábado, às 22:50, na zona da Peninha, serra de Sintra, tendo alastrado ao concelho de Cascais, num combate às chamas muito dificultado pelos ventos que chegaram a ter rajadas de 100 quilómetros por hora.