Coimbra
Teatrão convida outras companhias de teatro a “ocuparem” a sua casa em Coimbra
Concertos, um novo projeto comunitário, estreia de espetáculo e o programa “Okupas”, em que o Teatrão convida outros grupos a “ocuparem” a sua casa, são algumas das propostas desta companhia de teatro de Coimbra até ao final do ano.
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Com “a casa” como tema central do Teatrão para os próximos anos, o programa “Okupas” arranca já no sábado e no domingo, com a entrega da Oficina Municipal do Teatro à Companhia Mascarenhas – Martins, do Montijo, que apresenta uma peça de teatro e um concerto seguido de conversa.
A iniciativa, explica a diretora do grupo de Coimbra, Isabel Craveiro, pretende dar voz a projetos fora de Lisboa e do Porto, por forma a “dar visibilidade” e a “vincar a importância” da produção artística em todo o território nacional, quando o desequilíbrio é grande.
Para além da Companhia Mascarenhas – Martins, o Teatrão cede também o espaço ao grupo Terceira Pessoa, de Castelo Branco, nos dias 22 e 23, onde vai apresentar uma peça e desenvolver uma oficina de formação.
“Queremos continuar com o programa, que decorre desta nossa necessidade de perceber que projetos novos estão a surgir e que se estão a fixar”, frisou Isabel Craveiro, que falava à agência Lusa à margem da apresentação da programação do Teatrão até dezembro.
Para os próximos meses, haverá também um grande foco na música, com vários grupos, nacionais e estrangeiros, a passarem pela Tabacaria da Oficina Municipal do Teatro.
Os neozelandeses The Cavemen (20 de setembro), Benjamin (27 de setembro), os americanos Cheap Tissue (05 de outubro), os franceses Les Lullies (11 de outubro), Capitão Fantasma (31 de outubro) e Medeiros / Lucas (23 de novembro) são alguns dos nomes que vão passar pela Tabacaria nos próximos meses.
Também ligado ao tema central do Teatrão para os próximos anos, estreia no último trimestre do ano “Casa Aberta”, um programa de formação da companhia de Coimbra em parceria com o Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa e com curadoria de Maria João Brilhante, que vai decorrer de dois em dois meses.
Para além da reposição do espetáculo “TerraTorga” e da digressão com a peça “Eu Salazar”, a companhia de Coimbra prepara-se para estrear em dezembro a sua nova produção, intitulada “Pop Larucho”.
Seguindo a temática de “Eu Salazar”, o Teatrão volta a trabalhar em torno do Estado Novo, desta vez refletindo sobre a propaganda, nomeadamente o caso da Emissora Nacional, transformando o espaço da Tabacaria numa espécie de estúdio de emissão do programa “Pop Larucho”, que pretende “doutrinar os espetadores sobre a importância de aportuguesar Portugal para os turistas ou para o povo”.
A diretora do Teatrão chamou ainda a atenção para 2019, ano em que o Teatrão comemora 25 anos de existência e que aproveitará para estrear quatro produções, todas relacionadas com “as questões do poder”.
O espetáculo comemorativo de um quarto de século da companhia será marcado pela apresentação de “Ricardo III”, de Shakespeare, disse à Lusa Isabel Craveiro.
Ainda em 2019, o Teatrão estreia “Ala de Criados”, do argentino Mauricio Kartun, no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, e termina o ano com a estreia de uma coprodução com o grupo O Bando, a partir da obra do escritor Afonso Cruz.
No próximo ano, haverá ainda o primeiro espetáculo que resulta de um novo projeto comunitário que o Teatrão teceu para os próximos quatro anos centrado no Vale da Arregaça, “uma zona esquecida, mal-amada e atravancada entre vários sítios mais nobres e mais conhecidos, como o Bairro Norton de Matos ou a Rua do Brasil”, afirmou a diretora.
Numa zona onde se encontram “uma data de fantasmas”, como a linha abandonada que seria para o Metro Mondego, a ruína de uma fábrica de loiça ou o campo do União de Coimbra que regressa este ano à competição nos seniores, o Teatrão vai trabalhar com os habitantes e trabalhadores do Vale da Arregaça, num projeto que vai levar à criação de três espetáculos, entre 2019 e 2021.
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