Coimbra

Festival de surf atrai pessoas de todo o mundo à Figueira da Foz

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 31-08-2018

 O ambiente descontraído, longe da azáfama das competições, tem atraído cada vez mais estrangeiros ao Gliding Barnacles, festival que junta música, gastronomia e artes plásticas para dar a conhecer a Figueira da Foz como destino de surf.

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Por estes dias, na praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, há uma enchente de caravanas e carrinhas com ‘longboards’, ouve-se música e sente-se o cheiro a sardinha assada que foi hoje o almoço dos mais de 300 participantes estrangeiros que rumaram este ano até ali para a quinta edição do Gliding Barnacles.

Num ambiente relaxado e longe da azáfama e pressão das competições de surf, há muita conversa, concertos, arte e também muitas ondas, num festival que procura resgatar o espírito fundador do surf, num evento não competitivo focado no ‘longboard’, onde se junta gente não apenas de Portugal, mas do estrangeiro, seja do Brasil, Austrália, Nova Zelândia ou Estados Unidos.

Phill Jarratt, australiano de 67 anos com vários livros publicados sobre a modalidade, recorda que não é a primeira vez que está na Figueira da Foz, ao contrário de muitos dos participantes estrangeiros do Gliding Barnacles.

“Estive cá em 1973, numa viagem que fiz de França até Marrocos”, conta à agência Lusa o surfista, referindo que na altura pouco mais havia do que um snack-bar junto ao Cabedelo.

Já na altura, tinha gostado das ondas e agora aproveitou para revisitar o concelho, mas também um amigo seu português que tem ido ao festival que organiza em Noosa, na Austrália.

“É muito bom vir a um evento que parece que está em sintonia com as raízes do surf. As pessoas estão aqui para se divertir e o surf é sobre isso”, frisa.

Para Phill Jarratt, o Gliding Barnacles é também “uma excelente oportunidade para se conhecer Portugal” e as suas ondas, face ao contacto com a comunidade surfista local, que vai dando dicas de onde é que se podem “apanhar boas andas”.

Junto a Phill Jarratt está José Pedro Matias, com fato de surf e um chapéu de capitão. “Desde o início que me convidaram a abrir e a fechar o festival”, explica à Lusa o surfista de 56 anos do Porto, que tem assistido a um crescimento do evento, seja em termos de qualidade ou das pessoas que participam.

“É uma oportunidade para trazer turistas até cá”, vincou.

Ambrose McNeill, da Nova Zelândia, nunca tinha ouvido falar da Figueira da Foz e admite que ficou rendido ao espaço e ao ambiente.

“Gostava de poder vir todos os anos. É um bom local para começar e para depois se conhecer outros sítios de Portugal”, frisa o surfista de 27 anos, que enaltece o “ambiente relaxado, muito informal e divertido” do Gliding Barnacles.

“Estou a gostar das ondas – são parecidas com as que tenho na minha terra natal na Nova Zelândia – e estou a adorar a comida”, diz, com uma sardinha e fatia de broa na mão.

Para Paul McNeill, que também é da Nova Zelândia mas que vive na Austrália, há um espírito diferente no surf de ‘longboard’ que permite um festival mais descontraído.

“A Figueira da Foz lembra-me a Califórnia e a Nova Zelândia. É um festival que põe a Figueira da Foz no mapa do ‘longboard’ e têm tudo para ter aqui uma coisa em grande”, salienta o surfista e artista plástico de 56 anos.

Também Damea Dorsey, fotógrafo profissional na área do surf a viver em Bali, na Indonésia, está rendido à Figueira da Foz e ao modelo do festival.

“Nas competições, há muito stress, até para os fotógrafos. Aqui, andamos no momento e tudo acontece de forma mais orgânica. É uma boa introdução a Portugal”, explica o fotógrafo americano que já conhecia o país das competições em Peniche.

Caio Teixeira, do Rio de Janeiro, está a conhecer a Figueira da Foz pela primeira vez e admite que, se não fosse o convite do Gliding Barnacles, não teria vindo a Portugal.

Aproveitou a ocasião para fazer um documentário sobre o festival e sobre o surf em Portugal, tendo já passado pela Ericeira e pela Nazaré.

Apesar de um mar com “água gelada” e do “sol forte”, assume que tem sido uma experiência “bem divertida”.

“O que me fez vir foi poder estar aqui e não ter aquela pressão de entrar às 06:00 para apanhar ondas. É um ambiente descontraído e sem compromisso”, diz o surfista brasileiro.

O Gliding Barnacles arrancou na Figueira da Foz em 2014 e procura promover o município como destino do surf mundial, ao mesmo tempo que conta com uma programação que se estende à música (com concertos na cidade e na praia), gastronomia ou artes plásticas.

A edição deste ano arrancou na terça-feira e termina no domingo.

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