O secretário-geral da Fenprof disse hoje duvidar que esteja tudo preparado para uma abertura sem problemas do ano escolar e letivo, considerando que o ministro da Educação “tem uma visão idílica quando diz que vai decorrer com “normalidade”.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse na quarta-feira à rádio TSF que “tudo está preparado para que o ano letivo comece com normalidade de tranquilidade”, recordando alturas em que os anos letivos não começavam em setembro.
Em declarações hoje à agência Lusa, o secretário-geral da Fenprof disse que “não basta abrir as portas das escolas, mas sim saber em que condições vão abrir”.
“Estamos a um dia útil do começo do ano escolar, altura de apresentação dos professores, alunos, reuniões, etc. A apresentação de alunos deverá ser em meados de setembro. Se perguntarmos se as portas das escolas vão abrir na segunda-feira é muito simples: vai lá alguém e abre a porta, o problema está em que condições”, disse.
Mário Nogueira lembra que este ano ainda não foram colocados 20 mil professores da mobilidade interna, que no ano passado deu muita confusão e contestação, e a nível do pessoal não docente, as escolas continuam a ter um défice de assistentes operacionais.
“Há também ainda problemas de organização do ano. Por exemplo o ministério comprometeu-se a fazer publicar esclarecimentos diversos sobre os espaços e organização do ano letivo e não o fez. Temos também dois diplomas muito importantes que saíram durante o mês de julho, um decreto-lei sobre a inclusão escolar que veio alterar de forma significativa a resposta aos alunos com necessidades educativas especiais, que tem suscitado dúvidas nas escolas”, disse.
Mário Nogueira chamou também a atenção para as escolas em obras e para a retirada de amianto que deveria ter sido feito durante as férias e não foi.
“Se o ministro diz que as condições estão criadas e está a referir-se ao trabalho dos professores e das escolas, isso está feito, mas há problemas cuja resolução é da competência do ministério”, disse.
“O ano escolar vai arrancar com este problema de instabilidade das escolas. Por outro lado, há ainda o problema dos docentes em relação ao congelamento de carreiras… Vamos ver o que vai acontecer”, afirmou.
O ministro da Educação disse à TSF, à margem do Summer CEmp 2018, que “há pouco tempo tivemos anos letivos que se iniciaram em outubro e novembro”, algo que, na visão do governante, foi contrariado.
“Pudemos fazer algo que não acontecia até 2016. Em 2016, 2017 – e acreditamos que também em 2018 – começámos com normalidade e tranquilidade os anos letivos e em setembro”, disse.
“Nós pudemos, pelo menos nestes últimos dois anos, começar exatamente onde queríamos e agora estão criadas todas as condições para que o ano escolar possa começar a tempo e possamos fazer todo o trabalho de educação para a cidadania e inclusiva”, sublinhou.