Na Feira dos 23, em Bencanta, Coimbra, há presenças que já fazem parte da identidade do próprio certame.
Uma delas é Vítor Almeida, conhecido por ser o responsável pelo som ambiente que se ouve assim que se entra no recinto.
Entre stands de roupa, produtos agrícolas e petiscos, é a sua banca que se destaca pelo ritmo da música popular que faz vibrar as colunas e atrai curiosos de todas as idades.
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Com 74 anos de idade e cerca de 35 anos de presença constante nas feiras da região, Vítor começou no tempo do vinil, passou pelas cassetes e hoje dedica-se aos CDs, apesar das vendas já não serem o que eram.
“Agora isto está assim um bocado em baixo. Já não se vende como antigamente”, explica com nostalgia, mas também com um brilho nos olhos de quem viveu as grandes fases da música física em Portugal.
Apesar das dificuldades do mercado, continua firme: “Acho que aqui na zona centro sou o único que ainda vende este tipo de artigos.” Para complementar, também vende chinelos, camisolas e outros produtos — embora, como diz com um sorriso, “hoje por acaso não trouxe”.
A paixão pelas feiras é evidente. Ao longo da semana, Vítor percorre vários pontos da Região: “Amanhã estou em Arganil, sábado na Mealhada e domingo na Tocha.” E mesmo com o passar do tempo, os clientes fiéis não faltam, incluindo colecionadores que ainda perguntam por cassetes antigas.
Os CD’s mais procurados continuam a ser os de música popular portuguesa: Saúl, Zé Amaro, Quim Barreiros são nomes que ainda fazem mexer os pés e o coração do público.
Os preços também continuam acessíveis — “oito euros já se leva um bom CD”.
No meio de conversas, risos e música, Vítor também revela com frontalidade o seu lado mais pessoal e político. Quando questionado sobre a quem daria música nas eleições legislativas de 2025, respondeu sem hesitar: “Dava música ao Chega”.
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