700 000 euros dão para “calçar” parte da Alta de Coimbra
O executivo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) aprovou, com a abstenção dos 2 vereadores do Somos Coimbra, a proposta para a adjudicação da empreitada “Rua para Todos / Alta – Requalificação da Rua da Ilha, Rua Guilherme Moreira, Rua José Falcão, Travessa da Trindade, Beco da Pedreira e Largo do Hilário” à empresa Construções Castanheira & Joaquim, Lda.
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Esta intervenção, integrada no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), que visa a requalificação do espaço público e aposta na melhoria da mobilidade pedonal, representa um investimento de 739.824,62 euros (IVA incluído).
A vereadora Ana Bastos chamou a atenção para o preço da obra, que poderá ser anormalmente baixo. O Presidente da Câmara concordou, mas disse que esse seria um problema do empreiteiro.
Situação e oposição concordam que o aparecimento de artefactos arqueológicos pode condicionar o normal desenvolvimento da empreitada.
Notícias de Coimbra não sabe do que estavam a falar, porque Manuel Machado não permite que a comunicação social consulte os processos que estão a ser votados.
Recordamos que o executivo da Câmara Municipal de Coimbra desejava adjudicar esta obra em agosto de 2016, antes da abertura do Hotel Sapientia, que fica nesta zona.
A unidade hoteleira, que abriu em no verão de 2017,propriedade do jornalista José Portugal e do cantor André Sardet, artista que cantou o hino da campanha eleitoral de Manuel Machado em 2013.
Nessa altura, a obra tinha um custo estimado de 827.980€ e um prazo de execução mínimo de um ano, tendo sido alegado que nenhum empreiteiro quis fazer a obra por este preço.
Esta intervenção vai ser realizada numa zona histórica de forte afluência turística, que constitui, também, o acesso a moradores, serviços de cargas e descargas dos diversos estabelecimentos e instituições existentes.
O projeto da empreitada, aprovado pelo executivo municipal em junho passado, prevê a requalificação do espaço público – nomeadamente no que diz respeito à mobilidade pedonal – a remodelação das infraestruturas de água, drenagem residual doméstica e pluvial, de eletricidade e de telecomunicações.
A proposta da empresa Construções Castanheira & Joaquim, Lda, a quem irá ser entregue a empreitado foi, segundo a CMC, a única que cumpriu os parâmetros exigidos no concurso público.
A Câmara impede a comunicação social de ver os processos, pelo que não se sabe se esta obra contempla o que estava previsto em 2016.
Nesse ano, a CMC dizia que os objetivos da obra passava, por rever as infraestruturas (nomeadamente, Rede Elétrica, instalação da Rede de Gás Natural, remodelação de Redes de Abastecimento de água, eventual separação de Redes de Esgotos em Domésticos e Pluviais e eventual revisão de Redes de Dados).
Tinha como propósito melhorar as condições de acessibilidade, através da alteração parcial dos materiais de revestimento (pretende-se revestir quase integralmente a granito a Rua José Falcão e dotar de uma passadeira central em granito a Rua Dr. Guilherme Moreira e a Rua da Ilha); dotar a Travessa da Trindade de novas escadarias, de desenho diferente, e de novas áreas verdes, estando previsto implantar uma árvore de grande porte (em memória do castanheiro da Índia que lá existia); refazer as escadarias do Beco da Pedreira em granito, mantendo a regularidade dos degraus e aumentando o seu conforto e comodidade; repavimentar, utilizando materiais de maior resistência e atrito, e aproveitar o seixo rolado; alterar as pendentes das ruas, drenando para a zona central e evitando as valetas junto aos edifícios; dotar as ruas de locais para a colocação dos caixotes do lixo, evitando a dispersão dos sacos do lixo pelas ruas da Alta.
O estudo prévio indicava ainda que o revestimento de boa parte do pavimento será feito em granito castanho serrado (devido à resistência e às características nobres da pedra e ao facto de ser mais favorável relativamente ao atrito, diminuindo, assim, o risco de escorregamento); que junto às entradas do Colégio da Trindade a opção será de um vidraço bege, devido à forte presença deste material dentro do próprio colégio; e que o seixo rolado será mantido em grande parte da área de intervenção devido a fatores históricos, por se encontrar presente em todo o centro histórico de Coimbra, e devido ao seu valor orgânico inestimável.
Refira-se, ainda, que a área de intervenção encontra-se parcialmente abrangida por zonas especiais de proteção dos monumentos nacionais da Sé Velha, Paços da Universidade, Torre da Almedina e muralhas, para além de estar parcialmente incluída na zona de proteção de imóvel de interesse público do Jardim Botânico.
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