Onde quer que esteja, o Cónego Manuel Fernandes Nogueira (1861-1944) terá gostado de ver Catarina Furtado e José Carlos Malato na terra onde foi pároco. E já não é a primeira vez que Catarina está no Piódão! Participou num filme rodado por estas bandas.
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Foi no seu largo, no Piódão, o “largo da aldeia”, como dizem os lisboetas, que Ricardo Alves, Presidente da Câmara de Arganil, recebeu os ilustres, famosos e simpáticos visitantes da aldeia mais mediática da Serra do Açor, onde também está o presidente das 7 Maravilhas, Luís Segadães.
Estão no Piódão por causa do concurso 7 Maravilhas de Portugal – Aldeias, que vão apresentar na RTP. Da capital também vieram jornalistas, que antes e depois pediram a Deus para que o autocarro não fosse parar ao meio do pinhal, o que não aconteceu nem de perto nem de longe, pois o motorista é dos bons, daqueles que sabe enfrentar a “serpente deitada na encosta”. É tão bom que até fez um desvio para apanhar o repórter do NDC no Rui dos Leitões!
Já que falamos de curvas, temos de contar que fomos dar uma volta pelo Piódão. Foram momentos verdadeiramente épicos. Catarina Furtado é mesmo uma grande senhora. Daquelas que sabe andar com saltos altos na passadeira da fama ou nestas calçadas de xisto. Tão querida que aceitou pousar ao lado de uns jornalistas mais atrevidos! José Carlos Malato também foi “muito feliz” nesta tarde em que até o sol ajudou a promover a terra e fez questão de provar a água directamente da fonte.
Quem não bebeu água, teve oportunidade de apreciar um “produto endógeno” no Fontinha, o restaurante do autarca local que fez de cicerone pelas ruas estreitas e nos levou até ao interior da igreja Matriz e à porta da capela de S. Pedro (fechada, como as Almas, como notou Catarina). Produto endógeno é o mesmo que dizer aguardente de medronho, mas foi com esta designação que o edil arganilense convenceu os mais cépticos a beberem um shot de bagaço, assim como que está no Main ou no Bliss.
Continua a ser muito agradável penetrar na aldeia presépio. Uma maravilha que necessita uma “requalificação urbana” para deixar mais nas nuvens quem visita a aldeia que aposta no turismo para sobreviver.
Negócio é que não falta na sala de visitas. Cada uma das 4 ou 5 lojas de comes e bebes tem a sua banca de produtos (mais ou menos) endógenos de territórios (deste e de outros) de baixa densidade.
Mais uma corrida, mas uma viagem, com o autocarro a virar para o Inatel Hotel Piódão. Passa, não passa, passou! É neste espaço com vista para a “aldeia dos Flinstones” (como bem recordou Ricardo Alves) que acontece o lançamento oficial das 7 Maravilhas de Portugal.
Esperam por nós o Ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, o Diretor de Programas, Daniel Deusdado, entre outros conhecidos, mas antes vamos almoçar que já são horas (umas duas da tarde). A “degustação”, que foi mais comer como deve ser à moda antiga, inclui Sopinha, Cabrito e Tigelada. Delícias da terra bem servidas pela equipa do INATEL.
Com a barriga mais aconchegada, chegou a hora do evento, que também contou com a presença de Helena Freitas, a “ministra do interior esquecido e ostracizado” e de Pedro Machado, o “rei” dos 100 concelhos de um “país dentro do Paí”s e “notável embaixador ” de tudo o que é “produtos endógenos dos territórios de baixa densidade” (e zonas costeiras), o que traduzindo para português rural quer dizer “coisinhas boas lá da terra”.
Os autarcas de Oliveira do Hospital, Figueira da Foz, Mortágua, Condeixa, Tábua ou Miranda do Corvo também participaram na festa e foram muito proactivos na hora da selfie com a estonteante Catarina Furtado!
Chegados a este ponto de exclamação, o e-leitor que não está a gostar da história pergunta. Então mas o que é isso das 7 Maravilhas? Tem a palavra a organização:
Queremos mostrar um Portugal que inspira. Um Portugal que se renovou, que tem casos de sucesso, que tem gente que mudou de vida e que se afirma tendo por base os valores da proximidade, da simplicidade, da autenticidade, daquilo que é criado por pessoas e para pessoas.
Queremos demonstrar que o território fora dos centros urbanos é uma fonte de oportunidades. Vamos explorar o património histórico, natural, gastronómico e… as pessoas. Olhar para um território cheio de diversidade, de tradição e de encanto.
Apesar de estarmos no ambiente peculiar e restrito de aldeias, muitas vezes no interior do país, esse fator foi o fator decisivo nas histórias que queremos mostrar. Dois terços do nosso território são interior e espaços não urbanos e é sobre o papel que esse território tem na afirmação do país, que nos vamos debruçar.
Vamos escolher as pessoas, as vidas, as artes, a gastronomia, os produtos locais, os turismos, as energias renováveis como protagonistas da história que vamos contar.
Fique a saber que as candidaturas decorrem até 7 de março. Ainda pode tentar colocar a sua terrra no mapa. Pode ser umas das 49 selecionadas para aparecerem nas galas que vão ser transmitidas pela RTP 1.
Daniel Deusdado, director de programas da RTP, garante que as 7 Maravilhas são uma grande missão para o serviço público, que agora dá o melhor dia ao concurso, o domingo. A RTP está a tentar valores em cima das aldeias. O empenhamento é total, garante.
As aldeias vencedoras são apuradas através do voto telefónico. Existem 7 categorias de Aldeias: Mar, Ribeirinhas, Rurais, Remotas, Autênticas e Áreas Protegidas. A final com as 7 aldeias mais votadas é a 7 de setembro. Até esse dia há 7 galas em directo entre 9 de julho e 20 de agosto.
Ricardo Alves, na sua apresentação no lançamento destas 7 Maravilhas, lembrou que “a iniciativa altera o paradigma”. “Deixamos de ter uma visão das aldeias como um problema e passamos a vê-las como uma oportunidade”. salientou o líder do município arganilense, que concorre com 10 aldeias: Piódão, Benfeita, Cerdeira, Foz d’Égua, Mourísia, Pomares, Soito da Ruiva, Teixeira, Vale de Espinho e Vila Cova de Alva
Ouça toda a intervenção do Presidente de Câmara de Arganil:
Catarina Furtado e José Carlos Malato, muito bem dispostos, também usaram da palavra na cerimónia de lançamento destas 7 Maravilhas de Portugal – Aldeias.
“Vai correr lindamente!”disse o rosto feminino das 7 Maravilhas que tem “sido muito feliz nas 7 Maravilhas”. “Fiquei muito mais rica”. “Vai correr lindamente!” A cara masculina citou Pedro Homem de Melo: É preciso subir ao povo. Vamos estar com as pessoas reais.
Ouça as intervenções dos dois rostos da RTP:
Eduardo Cabrita fez questão de mostrar a sua alegria por ter voltado ao Piódão. O Ministro Adjunto mostrou ainda o seu agrado pela iniciativa que valoriza estes “espaços de oportunidade da Serra do Açor aos Açores”.
Ouça a apresentação de Eduardo Cabrita:
Luís Segadães confessa que é fã de Helena Freitas, a coordenadora da Unidade de Missão para o Interior, que o ajudou a “escrever a definição de “Aldeia”. Aproveitou o momento para dizer que conta com Pedro Machado, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, para efectuar a Gala final destas 7 Maravilhas.
Ouça a intervenção de Luís Segadães:
E se no final desta crónica alguém disser que ofereceram flores a Catarina Furtado, esse alguém foi Luís Segadães, o mentor das 7 Maravilhas. Isso quer dizer que “ainda vale a pena ser desigual”, como recordou a apresentadora antes de realçar que o Ministro “foi o único a dizer boa tarde a todas e a todos”.
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