Região
28º Encontro dos Povos da Serra da Lousã assinala os 90 anos do nascimento de Louzã Henriques
No próximo sábado, 13 e julho, no âmbito do 28º Encontro dos Povos da Serra da Lousã, serão assinalados os 75 anos da prisão de dezena e meia de cidadãos da Castanheira de Pera e da Lousã, assim como os 90 anos do nascimento do psiquiatra e etnólogo Louzã Henriques.
Entre outras atividades, o programa do Encontro, no Santo António da Neve, do nascer ao pôr-do-sol, conta com a participação de tocadores da região e da Academia com Vida – Lousã dirigida pelo compositor lousanense João Francisco.
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A 28ª edição do Encontro dos Povos da Serra da Lousã inclui, às 10:30, uma homenagem aos presos políticos de 1949, assinalando os 75 anos dos acontecimentos e os 50 do 25 de Abril, na qual intervém José Ricardo de Almeida, da Lousã. Seguem os testemunhos de amigos, familiares e conterrâneos das vítimas, como Ana Kalidás, Palmira Olivença e Jorge David, entre outros, da Castanheira de Pera.
A dinamização do momento cívico cabe ao jornalista Casimiro Simões, presidente da direção da Cooperativa Trevim, que está na organização da iniciativa desde a primeira hora, em 1997.
A evocação do médico antifascista Manuel Louzã Henriques (1933-2019), nascido há 90 anos no Coentral, concelho da Castanheira, está a cargo da poetisa Filomena Martins, da Lousã, presidente da assembleia geral da Associação São Lourenço, com sede na Silveira de Baixo, uma das entidades que promovem as diferentes realizações.
Em 1949, no rescaldo da II Guerra Mundial, a PIDE prendeu cerca de 15 cidadãos da área da Serra da Lousã, aos quais o sindicalista Kalidás Barreto dedicou o livro “Presos políticos de Castanheira de Pera”, em 2009.
Estes homens, na sua maioria, eram operários têxteis desse concelho, presos pela polícia política de Salazar por diferentes envolvimentos na oposição ao regime fascista. Mas três eram da Lousã e haveria ainda, pelo menos, um da Pampilhosa da Serra e um de Tentúgal, Montemor-o-Velho.
O lousanense Fernando Rosa Neto foi punido com a pena mais pesada do grupo, 20 meses de prisão correcional, enquanto os seus conterrâneos José Rodrigues e Jorge dos Santos Babo foram absolvidos.
A segunda pena mais severa, 18 meses de prisão correcional, foi aplicada ao tecelão castanheirense Inácio Alves Lameiras, conhecido pela alcunha “Carioca”.
Os acontecimentos remontam ao tempo em que o responsável do PCP na região era o revolucionário Agostinho Saboga, que participara no IV Congresso deste partido, realizado clandestinamente na Lousã, em 1946.
Celebrar a liberdade, a boa vizinhança, a paz e a Serra da Lousã enquanto elemento essencial da identidade multimunicipal são alguns dos objetivos do Encontro, que abrange ainda jogos tradicionais, exposição de livros, concertinas, baile à moda antiga e cantares ao desafio.
Lousã, Góis, Miranda do Corvo, Castanheira, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande são os municípios que participam desde a primeira edição.
Desta vez, o Encontro dos Povos da Serra é organizado pelos jornais Trevim e Mirante, Lousitânea, Arte-Via, Associação São Lourenço, Liga de Amigos do Museu Louzã Henriques, Villa Isaura e Grémio União Perense, com colaborações da Câmara e dos Bombeiros da Castanheira, GNR e Junta de Freguesia de Castanheira de Pera e Coentral.
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