Política
25 de Abril: Teresa Morais pede “prioridade absoluta” à erradicação da violência doméstica

Imagem: Facebook
A vice-presidente da Assembleia da República do PSD, Teresa Morais, pediu hoje “prioridade absoluta” à erradicação da violência doméstica e alertou para novos riscos para as democracias criados pelas redes sociais, num discurso aplaudido várias vezes pela esquerda.
Na sessão solene comemorativa no parlamento do 51.º aniversário do 25 de Abril de 1974 e do 50.º aniversário da eleição da Assembleia Constituinte, Teresa Morais considerou que se a democracia está hoje consolidada, também é “ainda imperfeita”.
“E se há matéria em que a sua imperfeição se manifesta, é nas desigualdades várias que resistem na sociedade portuguesa, e em particular a que ainda mantém as mulheres em níveis inferiores de participação política e decisão económica, e de maior vulnerabilidade à violência doméstica, cuja erradicação deve ser considerada uma prioridade absoluta, que do que resto o Governo já assumiu”, afirmou, considerando-o mesmo “um objetivo civilizacional”.
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A antiga ministra apelou a que a democracia consiga atingir novos patamares “de igualdade, de solidariedade, de erradicação da pobreza ainda não alcançados”, quer em relação aos mais velhos, às crianças ou às pessoas com deficiência.
Por outro lado, Teresa Morais alertou que a democracia deve ser cuidada e defendida “de riscos tradicionais e de novos perigos que podem minar o regime democrático”.
“Está à nossa frente um mundo ficcionado e enganoso, que relativiza o que é essencial e cria uma realidade alternativa. As redes sociais, com o potencial que têm de comunicação, estão a tornar-se um risco para as democracias, pelo veículo de manipulação do pensamento e da vontade em que estão a transformar-se”, avisou.
Sem qualquer referência às eleições antecipadas de 18 de maio, Teresa Morais defendeu que uma democracia madura, salvaguardando a liberdade de expressão, “não deve permitir que se divulguem e partilhem, impunemente, crimes que lesam direitos fundamentais, como a integridade física, a autodeterminação sexual ou mesmo a vida, sobrecarregando insuportavelmente a vítima com uma nova forma de agressão”.
“Estamos moralmente obrigados a encontrar soluções para os novos desafios que se colocam ao Estado de Direito Democrático”, afirmou, numa das passagens aplaudidas tanto pelo PSD como pelas bancadas mais à esquerda.
A deputada recordou o 25 de Abril a partir da sua experiência pessoal, a de “uma adolescente com irmãos mais velhos” para quem a Revolução de 1974 significou que “a guerra acabou”.
“Os dias e os anos acrescentaram factos e matéria para outras interpretações e para a compreensão das muitas outras dimensões de Abril. O valor da nossa liberdade individual e coletiva. O afastamento dos extremismos que se atravessaram no seu caminho”, referiu.
No final da sua intervenção, a vice-presidente do parlamento deixou um apelo aos jovens “para que se envolvam civicamente, para que vivam os desafios do mundo real, como tanto pediu o Papa Francisco, de quem o mundo tristemente se está a despedir”.
“Para que façam prevalecer a solidariedade sobre a indiferença, a entreajuda sobre a exclusão e para que cuidem sempre da democracia”, pediu.
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