O líder do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu hoje que o 25 de Abril deve ser celebrado na Assembleia da República e que não há qualquer razão para que esta comemoração não aconteça este ano.
À margem de uma visita ao futuro Hospital de Sintra, o secretário-geral do PS foi questionado pelos jornalistas sobre a posição dos socialistas relativamente à sessão do 25 de Abril, na véspera da conferência de líderes parlamentares que deverá decidir se o parlamento realiza ou não a sessão solene este ano tendo em conta o atual contexto da crise política e eleições antecipadas.
“Não há nenhuma razão para que não se celebre o 25 de Abril na Assembleia da República”, defendeu.
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Segundo Pedro Nuno Santos, “as eleições são em maio, a campanha oficial nessa altura e ainda não se iniciou” e com “boa vontade” será possível celebrar o 25 de Abril nos 50 anos das eleições para a constituinte.
“Esperamos celebrar o 25 de Abril na Assembleia da República, para além da celebração popular em que o PS participa sempre na descida da Avenida da Liberdade e por todo o país porque o PS tem muito orgulho no 25 de Abril e naquilo que a democracia, com todos os problemas que tem, conseguiu nos últimos 50 anos”, enalteceu.
Questionado sobre a possibilidade de se voltar a uma cerimónia como o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva promoveu no Palácio de Belém em 2011, numa altura em que o parlamento também estava dissolvido, o líder do PS disse achar “muito bem que em Belém se celebre o 25 de Abril também” porque “não fica mal a ninguém”.
“Mas isso não retira a importância da celebração do 25 de Abril na Assembleia da República. Esta é a posição do PS e de todos aqueles que celebram e têm orgulho naquilo que nós conseguimos a partir do 25 de Abril”, reiterou.
A conferência de líderes de quarta-feira deverá decidir se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política.
“Na conferência de líderes não ficou decidido se haverá ou não, este ano, sessão solene [do 25 de Abril de 1974]. É uma matéria que os grupos parlamentares solicitaram uma melhor reflexão. Essa reflexão, em princípio, ocorrerá na próxima quarta-feira, com uma nova conferência de líderes”, anunciou o deputado Jorge Paulo Oliveira.
O líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, defendeu que a sessão solene deve ocorrer este ano “por razões redobradas”, lembrando que se assinalam 50 anos desde as primeiras eleições livres no país, na altura para a Assembleia Constituinte.
A sessão que assinala a Revolução dos Cravos no parlamento não se realizou em apenas quatro dos 49 anos da Assembleia da República nascida das eleições de 25 de abril de 1976, data da entrada em vigor da Constituição democrática.
Em 1983, em 1993 e em 2011 não houve sessão evocativa no parlamento e em 1992, por proposta do então Presidente Mário Soares, a celebração transferiu-se para a zona de Belém, numa tentativa de a tornar mais apelativa e sensibilizar os mais jovens para as conquistas democráticas.
Em 1983, a sessão no parlamento não se realizou por haver eleições legislativas no próprio dia 25 de abril; em 2011, por a Assembleia se encontrar dissolvida; e em 1993, quando os órgãos de comunicação social decidiram em bloco boicotar todos os trabalhos parlamentares em protesto contra a limitação da circulação dos jornalistas no edifício de S. Bento, em Lisboa. Como não haveria cobertura, decidiu-se cancelar a sessão no parlamento.
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