Medicamentos
10 milhões de embalagens de ansiolíticos são consumidas num ano em Portugal
10 milhões de embalagens de ansiolíticos são consumidas num ano em Portugal
Os portugueses compraram no ano passado mais de 10 milhões de embalagens de ansiolíticos e quase nove milhões de embalagens de antidepressivos, com os fármacos para a ansiedade a apresentarem tendência estável enquanto os da depressão crescem.
O relatório do Conselho Nacional de Saúde dedicado à saúde mental, que é hoje divulgado e a que a agência Lusa teve acesso, traça um panorama do consumo de medicamentos estimulantes do sistema nervoso e de psicofármacos, mostrando um aumento global.
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Portugal surge como o quinto país em 29 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que mais consome antidepressivos, tendo uma taxa de consumo que é o dobro de países como a Holanda, a Itália ou a Eslováquia.
O consumo de ansiolíticos apresenta uma tendência estável em Portugal desde 2014 e no ano passado foram compradas 10,5 milhões de embalagens.
Já os antidepressivos registam uma tendência crescente nos últimos anos e em 2018 foram compradas 8,8 milhões de embalagens.
O aumento do consumo de antidepressivos segue a mesma tendência do que nos restantes países da OCDE, onde o consumo duplicou entre 2000 e 2017, o que pode refletir um melhor diagnóstico da depressão, melhor acesso a medicamentos ou ainda uma evolução das orientações clínicas para o tratamento da depressão.
Ainda assim, Portugal tem um dos maiores consumos de antidepressivos, estando em quinto lugar entre os 29 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico analisados.
O documento do Conselho Nacional de Saúde considera que são “particularmente preocupantes” em Portugal os dados do consumo de benzodiazepinas, medicamentos usados para a ansiedade que podem causar dependência com uso continuado.
“As benzodiazepinas e análogos são apenas indicados para o controlo de curto prazo da ansiedade e insónia, podendo ter efeitos deletérios [nocivos] se mantidos de forma crónica”, como possível adição e disfunção cognitiva, refere o relatório.
Dados de 2016 mostram que 1,9 milhões de utentes tiveram pelo menos uma prescrição de benzodiazepinas.
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