Coimbra
10 mandamentos para jovens com diabetes terem um Natal sem percalços
O Natal está à porta e com ele chegam todos os excessos característicos desta época, em especial os chocolates e os doces típicos. Os mitos associados à diabetes são muitos e no que diz respeito à alimentação a ideia geral é a de que estes estão impedidos de comer certos alimentos.
PUBLICIDADE
Para desmitificar esta ideia a nutricionista Jenifer Duarte da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) deixa os 10 mandamentos para que as crianças e jovens com diabetes, consigam disfrutar de um Natal igual a de tantos outros portugueses, sem prejudicar a sua saúde.
- Proibir a ingestão de qualquer tipo de alimento não é benéfico – Reduzir as quantidades de macronutrientes ingeridos e a quantidade de hidratos de carbono e lípidos é uma das principais recomendações.
- Aumentar o valor nutricional das refeições – Numa época em que asneiras alimentares são norma, é necessário que assegure o consumo de vegetais, hortícolas e fruta durante as maiores refeições do dia.
- Fazer pequenas refeições ao longo do dia – Deve fazer pequenas refeições ao longo do dia ou optar por alimentos como frutos secos. Esta é uma ótima forma de saciar a fome e de impedir que se coma em excesso durante a refeição principal. Começar a refeição com uma sopa ou um queijo fresco, também é sempre uma boa opção e mais saudável.
- Optar pelos pratos tradicionais mais saudáveis – Um dos pratos principais do Natal é o bacalhau cozido com alguns vegetais e leguminosas, no entanto se se quiser fugir do tradicional deve optar por grelhados ou assados no forno. Em especial no prato principal deve evitar os fritos e a gordura em excesso.
- Manter sempre o corpo hidratado – Deve beber muita água ou chás quentes para manter o corpo hidratado e quente. Para acompanhar a refeição deve evitar as bebidas alcoólicas e optar por água ou sumos naturais.
- Moderar o consumo de sobremesas – A grande tentação natalícia vem na altura das sobremesas, no entanto ao seguir as dicas acima sentir-se-á mais saciado na altura das sobremesas, o faz com estas sejam ingeridas com mais moderação.
- Substitua os ingredientes das tradicionais receitas de Natal por opções que permitam um melhor nível glicémico – Atualmente já existem receitas de Natal mais saudáveis, sem perderem as características e os sabores natalícios. Já existem sonhos e rabanadas que podem ser feitos no forno, evitando a fritura e que podem ser polvilhados com adoçante e canela, em vez de açúcar.
- Aproveitar esta época para passear em família – A quantidade de filmes e de séries que passam na televisão durante a época natalícia parecem ser sempre o melhor plano familiar, principalmente se o tempo estiver frio. No entanto se tiver oportunidade, caminhar em família é sempre uma boa opção, pois o exercício físico é um dos aliados no controlo da doença. Nos dias em que se tiver desencaminhado na refeição , deve fazer uma caminhada de trinta minutos para compensar.
- Ajustar a medicação – O ajuste da medicação é muito importante, especialmente para pessoas que vivem com diabetes tipo 1. Deve aumentar-se a quantidade de insulina que se administra às refeições, em função do aumento do número de hidratos de carbono que se consomem.
- Comer de uma forma mais cuidada e mais devagar – Comer mais devagar ajuda a ingerir uma quantidade menor de alimento e contribui para uma melhor saúde digestiva.
Atualmente a diabetes tipo 1 afeta 3327 jovens em Portugal e continua a estar associada a vários mitos no que toca ao impacto que tem na vida dos doentes. A ideia de que os jovens estão impedidos de comer certos alimentos é ainda muito presente na mente da população em geral.
“É errado pensar que as pessoas que vivem com diabetes tenham de ter um Natal diferente ou que estão impedidos de comer algumas das iguarias. Apesar de terem de ter um maior controlo dos níveis glicémicos, não estão impedidos de comer nenhuma iguaria de Natal”, explica Jenifer Duarte, nutricionista da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal.
A diabetes tipo 1 é uma doença crónica, que se desenvolve quando o pâncreas para de produzir a insulina de que o corpo necessita e, consequentemente, os níveis de açúcar no sangue sobem.
A diabetes tipo 2, mais predominante, é caracterizada pela resistência à insulina e é provocada essencialmente por hábitos alimentares pouco saudáveis, sedentarismo e hereditariedade, entre outros fatores.
Estima-se que em Portugal 13,3% dos indivíduos têm diabetes, embora quase metade dos casos não estejam diagnosticados (5,7%). A Diabetes tipo 1 afetava, em 2015, 3.327 indivíduos até os 19 anos (0,16% da população no escalão etário), manifestando uma ligeira tendência de crescimento desde 2008 [1]. Em 2015 foram detetados cerca de 13,3 novos casos por cada 100.000 jovens com idades entre 0-14 anos.
[1] – Dados do Relatório “Diabetes: Factos e Números” de 2015 do Observatório Nacional da Diabetes
Related Images:
PUBLICIDADE