Política
10 candidatos a candidato a Presidente da República e os seus prós e contras
Estamos ainda a dois anos da próxima eleição do Presidente da República, mas já existem movimentações nos bastidores da política para a disputa de uma boa posição de partida na corrida ao cargo de Chefe de Estado. Conheça os prós e contra dos candidatos a candidato.
Previstas para Janeiro de 2026, as próximas eleições presidenciais irão marcar os 50 anos da nova fórmula de escolha do Chefe de Estado e eleger o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa, que por força da lei não pode ser recandidato – senão, era ele quem “limpava” aquilo tudo de novo, mesmo sem fazer campanha e apesar de todas as polémicas que se lembrassem de arranjar. Não se perfila um sucessor com capacidade vencedora garantida à partida. Apesar de haver mais candidatos a candidato à direita, será na esquerda que se encontra o voto decisivo na eleição do próximo inquilino de Belém. E é até possível uma segunda volta, algo que já não acontecia desde 1986, quando Mário Soares e Freitas do Amaral disputaram o cargo em dois atos eleitorais. Aqui estão alguns dos nomes já veiculados como sendo de candidatos a candidato, tal como os seus prós e contras.
António Guterres
Prós: O seu nome foi mencionado recentemente pelo actual primeiro-ministro como o candidato do PS a Belém. Guterres, que ocupa presentemente a cadeira de secretário-geral da ONU beneficia do prestígio internacional e do facto de já ninguém em Portugal se lembrar do tempo em que liderou o governo e do “pântano” que deixou.
Contras: Aquilo que poderá parecer uma vantagem, corre o risco de ser usado contra si caso não tenha a melhor equipa de comunicação por detrás da campanha. Basta aos adversários lembrar a forma como deixou o lugar de primeiro-ministro para seguir uma carreira internacional.
António Costa
Prós: O primeiro-ministro, caso decida ser candidato a Presidente da República, tem assim a oportunidade de dar continuidade à caminhada vencedora de três eleitorais seguidas. Mostrou ser agregador da esquerda, mas também é mestre a jogar nos tabuleiros dos interesses do Bloco Central, onde poderá facilmente captar os votos para Belém.
Contras: O desgaste do tempo no Governo deixa marcas e Costa corre mais o risco de repetir o insucesso de Cavaco Silva quando tentou passar de chefe de governo em São Bento para a cadeira presidencial em Belém do que o sucesso de Mário Soares quando soube fazer o mesmo.
Augusto Santos Silva
Prós: O cargo de presidente da Assembleia da República tem sido um palco privilegiado para se apresentar como um árbitro da política nacional. Afinal, em termos de protocolo, é a segunda figura da Nação e substituto do cargo de Presidente da República em caso de incapacidade temporária da pessoa em funções.
Contras: Ainda lhe falta ter o carisma necessário e de sair da órbita demasiado próxima a um PS que agrada menos à direita do que à esquerda.
Passos Coelho
Prós: Goste-se ou não dele, a sua liderança do governo foi marcada pela austeridade e pela vontade de ir “além da Toika”. Roubou feriados ao País e ainda hoje paga por isso. Então, porque dizemos isso nos “prós”? Porque mostrou decisão e vontade de sacrifício e não enganou ninguém. Se disser que o cargo de Chefe de Estado não é governativo, mas fiscalizador, é ele o melhor candidato que o País tem.
Contras: Os portugueses podem ainda não ter entendido o que ele tentou fazer quando liderou o Governo. Só poderá afirmar-se como candidato minutos antes de terminar o prazo para apresentação das candidaturas.
Paulo Portas
Prós: Ter estado ausente da política ativa nos últimos anos, mas presente nos comentários televisivos, faz com que seja uma personalidade presidenciável. Tem carisma, sabe comunicar e entende a política como ninguém, desde pequenino. É um homem decidido e tem um plano para ganhar.
Contras: Criou inimigos ao longo da sua ascensão política e jornalística. Não é o que se sabe dele que o vai prejudicar, mas sim aquilo que poderá vir ainda a saber-se sobre si e que será sempre suscetível de prejudicar a corrida a Belém.
Marques Mendes
Prós: Segue a fórmula vencedora do atual presidente da República: aparece na televisão num programa de comentário semanal com o seu nome. Não está comprometido com anteriores governações sociais-democratas lideradas por Durão Barroso e Passos Coelho. É uma reserva da Nação.
Contras: Perdeu as eleições no PSD para Luís Filipe Menezes e ainda tem de crescer junto do eleitorado mais à esquerda. Os próximos tempos vão ser decisivos.
Santana Lopes
Prós: O presidente da Câmara da Figueira da Foz, ex-primeiro-ministro, está cada vez mais livre para dizer o que lhe apetece e com a independência que o cargo necessita. Conhece os meandros da política como poucos e, apesar de já ter sido declarado politicamente morto várias vezes, soube sempre voltar à ribalta.
Contras: Encontra maior adesão à direita do que à esquerda e não conseguiu ainda afirmar-se totalmente face ao eleitorado de centro-esquerda. Mas é só uma questão de tempo e vontade.
André Ventura
Prós: Candidatura disruptiva para abalar o sistema político, aproveitando o embalo mediático que a extrema-direita tem vindo a ser autorizada a apresentar na vida política nacional.
Contras: Divide mais o País do que possibilita a união necessária para a estabilidade política económica.
Henrique Gouveia e Melo
Prós: Candidatura independente de um Almirante que rapidamente se tornou num político não profissional quando geriu a campanha de vacinação massiva contra o Covid-19. Não deve nada a ninguém e ressuscita a credibilidade que o cargo necessita.
Contras: Não é um político, mas já aprendeu manhas de políticos e as vacinas deixam sequelas. Apareceu muito depressa e, se não tiver cuidado com os submarinos da política nacional, pode afundar-se ainda mais depressa.
Cristina Ferreira
Prós: Figura televisiva popular, beneficia do facto de ser a primeira mulher a sentar-se na cadeira de Belém. Depois de Marcelo Rebelo de Sousa, seria a figura mais popular a representar Portugal e a defender os interesses de todos os portugueses.
Contras: Apesar da propaganda do regime afirmar nos últimos 50 anos que, em República, não há privilégios sucessórios como numa Monarquia, ainda assim estamos longe de uma eleição sem autorização das famílias… políticas.
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