Cidade

Mais 10 000 para o Caixote de Luxo?!

Notícias de Coimbra | 8 anos atrás em 23-10-2016

 

O executivo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) irá apreciar e votar, na sua reunião de segunda-feira, uma proposta de apoio pontual ao Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), no valor de 10 mil euros, para a pré-produção da segunda edição do Anozero – bienal de arte contemporânea de Coimbra.

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Na hora em que CMC volta a apoiar o CAPC deve ser recordado que o contentor “plantado” no âmbito da anterior bienal,  no dia 29 de outubro de 2015, na margem esquerda da Ponte de Santa Clara continua, um ano depois, votado ao abandono.

Já passaram mais de 360 dias desde que a Câmara Municipal de Coimbra nos contou que “Um camião e uma grua de grande capacidade alteraram, esta manhã, a vivência habitual da Praça das Cortes, em Coimbra. E contribuíram para alterar a sua paisagem de uma forma mais duradoura. A maquinaria pesada foi necessária para instalar a obra O Museu, de Francisco Tropa, no âmbito da Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, que começa já no próximo sábado e termina a 29 de novembro, numa coorganização do Circulo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e Universidade de Coimbra”.

Com muita pompa e elevada circunstância a autarquia acrescentava que “O presidente da CMC, Manuel Machado, a vereadora da Cultura, Carina Gomes, o diretor do CAPC, Carlos Antunes, colaboradores e técnicos municipais acompanharam os trabalhos de instalação da obra de Francisco Tropa. Pensado em 2001, enquanto projeto de arte pública, o Museu ultrapassará o contexto temporal da Anozero, passando a fazer parte dos equipamentos culturais de Coimbra. Apesar das suas contidas dimensões, será gerido por um diretor, um curador e um conservador e terá exposições com objetos sugeridos pelos cidadãos, em permanente repto à cidade”.

Apesar das suas contidas dimensões, não obstante ser gerido por um diretor, um curador e um conservador, o há muito denominado “caixote de luxo” ainda ainda não apresentou nenhuma exposição de objetos sugeridos pelos cidadãos, verificando-se que o permanente repto à cidade resultou na implementação de um equipamento sanitário público de apoio aos utentes que pela calada da noite vão matar a fome e a sede a uma das roullotes que vendem comes e bebes na Praça das Cortes.

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Notícias de Coimbra esteve hoje, 23 de outubro, no “Museu” fantasma. Onde se vê uma televisão Sony, das antigas. Será para apresentar o programa da primeira exposição?

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Também vimos esta mangueira que decerto para apagar a opinião de todos os conimbricenses que não gostam de ver este mamarracho num local tão nobre da cidade.

Organizada pela CMC, CAPC e Universidade de Coimbra, a Bienal Ano Zero,  teve a sua estreia em outubro de 2015.

Alcançou “grande sucesso e visibilidade” garante a Câmara, mas, segundo alguns críticos, para a história ficam apenas umas letras pregadas nos Arcos do Jardim.

A CMC revela que este apoio servirá para o CAPC, que “tem a seu cargo a produção executiva e financeira do evento, fazer face às despesas necessárias para a preparação do Anozero’17, um evento de grande dimensão que exige uma planificação atempada”.

Informação municipal enviAda a NDC acrescenta que o CAPC encontra-se a preparar o Anozero’17, que já tem data de inauguração, 11 de novembro do próximo ano (e prolongar-se-á por sete semanas), e orçamento global de 301.450 euros.

O programa definitivo ainda está em construção, mas a CMC conta que a bienal apresentará obras de, no máximo, 20 artistas, em todas as tipologias: filme, vídeo, fotografia, pintura, escultura, instalação e performance, entre outras. 

A bienal Anozero’17 terá como tema Curar e Reparar e consistirá num única exposição repartida por vários lugares da cidade: Aqueduto de São Sebastião, Biblioteca Geral, Biblioteca Joanina, Café Santa Cruz, Casa da Escrita, Convento São Francisco, sede do CAPC, CAPC – Sereia, Colégio das Artes, Colégio do Carmo, Colégio São Bento, Colégio São Tomás, Colégios Universitários da Rua da Sofia, Criptopórtico Romano de Aeminium (do Museu Nacional Machado de Castro), Laboratório Chímico, Mosteiro de Santa Cruz, Sala da Cidade, Jardim Botânico, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, Museu Zoológico, Colégio de Jesus, Prisão académica, Sala do Exame Privado e Pátio das Escolas.

Quanto aos artistas, já estão confirmados Alexandre Estrela, Ângela Ferreira, Anna Bougughian, Ernesto Neto, Fernanda Fragateiro, Henrique Pavão, Jill Madgid, João Fiadeiro, João Onofre, Joseph Beuys, Juan Araújo, Kader Attia, Pedro Barateiro, Prinz Gholam, mas estão previstos outros, cujo contacto ainda está em curso.

O ciclo de conferências tem como tema “O Cuidado como Categoria Est-ética” e divide-se em 12 sessões, todas elas com nomes sonantes do mundo das artes. Uma edição que tem Delfim Sardo como curador geral, contando com a colaboração de Ana Luísa Teixeira de Freitas.

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Recorde-se que a primeira edição, que teve como objetivo primordial promover uma reflexão sobre a classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia a Património Mundial da UNESCO, teve, de acordo com palavras da CMC, “grande sucesso e uma enorme projeção, que se traduziu na grande afluência de público (cerca de 163 mil participantes), nas 170 ocorrências na comunicação social, no facto de dois dos artistas participantes terem obtido prémios nacionais relevantes, na obtenção de uma nomeação internacional de um dos curadores principais e no facto de várias das exposições realizadas terem sido consideradas, pela crítica da especialidade, como das mais relevantes do ano 2015”.

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